“Baliza zero”: mantra de Abel vira rotina no Palmeiras às vésperas de semi com River
Até jogadores repetem expressão que, se cumprida, coloca Verdão na final da Libertadores
Abel Ferreira possui um mantra que considera essencial para o sucesso no futebol. Em algumas oportunidades, o treinador do Palmeiras comemorou o fato de a equipe terminar com a “baliza zero”. No caso, uma expressão do português lusitano para relatar um jogo sem sofrer gols. Se levar a campo essa filosofia ao pé da letra, o clube alviverde estará na final da Copa Libertadores.
A vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, na Argentina, deixa o Palmeiras em situação confortável. Afinal, até uma derrota por dois gols de diferença nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, classifica o time de Abel Ferreira para a decisão, e o retrospecto recente da defesa é um fator ainda mais animador.
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Segunda melhor defesa entre os semifinalistas (vazado quatro vezes), o Palmeiras está há quatro partidas de “baliza zero”. Diante de Red Bull Bragantino, América-MG (Copa do Brasil), River Plate (Libertadores) e Sport, Weverton não sofreu gols. Com Abel Ferreira foram 12 partidas de 19 sem buscar a bola nas próprias redes.
A estabilidade defensiva se sustenta mesmo com as constantes alterações no setor, em virtude de desgaste físico e suspensões. No centro da zaga, por exemplo, somente neste período de quatro jogos de “defesa que ninguém passa”, o Palmeiras contou com Gustavo Gómez, Luan, Alan Empereur, Kuscevic e Emerson Santos.
Na direita, Gabriel Menino, Marcos Rocha e Mayke atuaram, enquanto na esquerda Matías Viña e Lucas Esteves, este diante do Sport, também entraram em campo. Mesmo com constantes mudanças, o sistema defensivo palmeirense segue seguro e intacto, justamente no momento mais decisivo da temporada.
O mantra “baliza zero” foi incorporado pelos próprios jogadores. Durante a preleção nos vestiários antes do duelo contra o Sport, o goleiro Weverton usou a expressão para pedir comprometimento defensivo do elenco.
Deu certo, o Palmeiras venceu, ganhou confiança para esta terça e ainda fôlego na disputa do Brasileirão.
A esperança do River
Enquanto o Palmeiras sustenta segurança defensiva, o River Plate se apega ao próprio retrospecto nessa Libertadores para ainda sonhar com a vaga na decisão do torneio.
Na edição 2020 da competição sul-americana, o River conseguiu por duas vezes o placar necessário para inverter o confronto diante do Palmeiras, uma vez na fase de grupos e outra no mata-mata, sem a pressão de precisar da virada, é claro.
Ainda na etapa de grupos, diante do Binacional, o River goleou por 6 a 0, com dois gols de Lucas Pratto, hoje no Feyenoord.
Na fase quartas de final, o River voltou a fazer seis gols: superou o Nacional, do Uruguai, por 6 a 2, no Parque Central, no duelo da volta.
O time argentino, que já liderava o duelo por 2 a 0, acabou beneficiado pela expulsão do goleiro Sergio Rochet aos 18 minutos da primeira etapa e construiu a goleada com um homem a mais.
As circunstâncias eram outras, mas serve o alerta para o Palmeiras. O River conseguiu por duas vezes os placares necessários para reverter o confronto semifinal. Goleada por quatro gols de diferença ou três, desde que faça quatro gols no Allianz Parque, asseguram a passagem dos argentinos para a decisão.
Por – José Edgar de Matos – Ge – São Paulo
Foto – Weverton não sofreu gol nos últimos quatro jogos do Palmeiras na temporada — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras.